quinta-feira, 22 de maio de 2008

Toutes les choses du monde finiront...

Toutes les choses du monde finiront...

Como os titubeantes ébrios
Que por aqui passam
Ou as canções que se acabam...

E as tecelagens
E as ovelhas mortas
E os panos que usamos
E as embalagens que jogamos
E carcaça seca ao sol
E a ossatura e o arcabouço solto
Livre ao vento...

E os que por lá passam
Sem mesmo que nada possam
São fósseis móveis
(Futuros imóveis)
Que pela vida passam
Ou passaram
(Ou melhor, voaram).

E o rapaz ensangüentado...
(Sem pena ao vil culpado)
Torpe assassino sem tribunal
(E o adjetivo sem trema no jornal)

Et toutes les choses du monde finiront...

O que é dia?
Estamos vivendo?
O que é viver?
Estamos o que fazendo?

Só no fim saberemos

E por isso vamos...
Vamos e vamos vivendo...
Sem saber até quando,
Remando, vendo e tentando.
De quando em quando sorrindo
Mas quase sempre chorando...

Como sempre sem saber
Tocamos em cada segundo
Tentamos tocar fundo
Pra nesse mundo permanecer.

Até quando esperaremos?
Nós mesmos não sabemos

As coisas têm sido demasiadas ultimamente
Os sentimentos bons
E, sobretudo, os ruins.

Haverá um sentido?

Já procuramos o sentido na Arte...
E coisas afins...

Não vemos mais meios,
Então pensamos em fins

Tentamos escutar... Mas apenas ouvimos.
Procuramos enxergar... Mas apenas vimos.

E nossas costas informam que doem...

Et toutes les choses du monde finiront...

O que será isso que sempre vemos
O que será o corpo que agora temos?
O que será tal corpo em que vivemos...
(Se é que vivemos)
Conhecemos o perigo
E nos perdemos...

E as dúvidas se repetem... Mais uma vez...

É o verde
É o vento
É véu do céu
É a vida...

Comme est beau le monde
Et les choses de la vie
Mais...
Toutes les choses du monde finiront...
Et tout du monde finira... toujours.

(Humberto Olivieri) in " Dimensões diversas de uma mente fragmentária ou um Eu em conflito"
2008 "Usina de Letras/ tmaisoito editora"

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