quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Matéria do Poema

Tijolos, muros quebrados, paredes, ruínas
Carnificinas, mendigos, esquinas,
Muita sede...

Traje esporte, social, estilos finos
Ternos novos, roupas mofadas
Almofadas que acondicionam pessoas educadas
(E também mal-educadas)

Pedras, caminhos, castelos de carne
Burros de mármore, elefantes de madeira
Sangue, suor, sujeira, poeira...

Corações loucos
Homens jovens na bebedeira
Sem pai, sem mãe, sem irmãos
Sem eira, nem beira
(mas que depois ainda vão à feira...)

Já foram todos estes poemas...

Sim, tudo isso já foi tema
De tosco ou precioso poema

Mas ninguém sabe o que é poema...
(alguém poderia saber)

O poema pode ser ser
Mas ser sem também saber
Ou pode ser poeira
Não importa o que seja
Ou onde esteja
Se estiver escrito na folha
Ou lapidado à madeira...

Descobrimos o poema, não é nada do escrito...

É arvore apenas... é um pedado de madeira...

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